domingo, 9 de fevereiro de 2014

Torquemada e os encarregados da aplicação da lei

Tomás de Torquemada, frei dominicano do sec XV, foi o grande nome da Inquisição Católica na Espanha. Suas práticas lhe garantiram o título de “o martelo dos hereges”.

Os procedimentos de Torquemada para “arrancar” verdades e conseguir provas, com o tempo, produziram, como efeito colateral indesejado, a “colagem” simbólica da Santa Inquisição à Igreja, sobretudo à imagem da Bíblia, ou seja, se um leitor da Bíblia, o irmão Torquemada, é capaz de atos terríveis contra outras pessoas, então este livro deve ser ruim...

A associação direta entre Inquisição e a Bíblia é um equívoco, visto que os escritos da Bíblia não apoiam/indicam/sugerem/aprovam a tortura como meio de purificação da alma “pecadora” e nem mesmo a perseguição a hereges como uma prática religiosa...

Durante o governo militar no Brasil, por falta de recursos humanos para os serviços de polícia política, os governantes fizeram uso da estrutura existente das Polícias deste país.

Os vinte e um anos dos generais no poder agiram como adesivo a ligar a imagem das Polícias à repressão.

Formadores de opinião, imprensa/intelectuais/líderes partidários, ainda não conseguiram descolar o serviço policial cotidiano das práticas dos tempos da ditadura. Isso gera uma busca sistemática a erros no trabalho dos encarregados da aplicação da lei, possivelmente pelo fato de que os resultados terríveis da Inquisição Brasileira jamais serão esquecidos.

Dia desses li um cartaz, alusivo aos chamados “anos de chumbo”, num diretório acadêmico de Ciências Sociais de uma Universidade: Esquecer nunca, perdoar jamais!


Essas críticas e ataques visam auxiliar a Polícia a servir melhor sua comunidade? Ou a intenção é combater por combater? Ou é vingança e revanche ao período “torquemático”?

Um comentário:

  1. A discussão proposta por este texto não é religiosa, mas devido ao questionamento do amigo Uwe Voss sobre uma possível autorização bíblica para queimar pessoas, faço a seguinte consideração:

    O "decorrer da história" está eivado de equívocos, assim como o atual equívoco da esquerda festiva brasileira em atacar/criticar sistematicamente a Polícia Militar como uma forma de revanche reacionária. Sendo assim faz necessário, entendo eu, entender histórica e criticamente as motivações e resultados da atual política de segurança pública; unicamente criticar e tentar desmoralizar o exercício profissional dos encarregados da aplicação da lei não agrega nenhum valor à discussão para solucionar a crise de insegurança pública instalada no Brasil.

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