domingo, 22 de setembro de 2013

Atitudes ilegais geram consequências indesejadas

A sociedade está cada vez mais complexa, ações geram consequências cada vez mais graves, principalmente por conta da instalada cultura da violência em que tudo parece requerer soluções belicosas, aliás um tema recorrente neste blog.


Ao ler a matéria fiquei imaginando o “itinerário” da tragédia, desde a ideia inicial até a morte do garoto e, a partir deste exercício de imaginação, pude estabelecer os seguintes passos: intenção de convocar jovens para a festa, escolha do local para o evento, tratativas para a realização, solicitação de autorização de agendamento de espaço físico para a festa, provimento de “comis e bebis”, propaganda, música, etc...

Ao que tudo indica a fase de “solicitação de autorização para agendamento do espaço físico” para cerca de 3.000 pessoas, se existiu de fato, não foi resolvida.

O que me interessa, neste ponto, é que entra em ação um mecanismo bastante eficiente nestas ocasiões, o “nóis qué, noís faiz” (uma corruptela do dito "querer é poder"), em razão de que o evento indesejado morte ocorreu desta vez, mas as brigas, menores em situação de coma alcoólico, violência, estupros, bullying, agressões, etc, são corriqueiros.

É comum ouvir relatos de pais/mães/responsáveis que ficam com “coração nas mãos” ao verem seus filhos indo para este tipo de balada/rave...


Não é possível esperar garantias de segurança pública num ambiente com todo tipo de ato inseguro, num lugar em que “ninguém é de ninguém”; a expectativa racional é contrária a esta inocente perspectiva, mais plausível é que sempre ocorram problemas graves.

A insegurança pública impacta TODOS os setores da sociedade

Alunos do Curso de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro – situado na cidade maravilhosa – passam, no caminho para a faculdade, por um trecho apelidado, em tom bem humorado (onde estaria o humor nisso ?), de Faixa de Gaza, ou ainda de “a rua do passou, perdeu”, em razão da violência e insegurança nos arredores da escola (as ocorrências de roubo/furto “comunicadas” apontam que há 3,5 eventos/dia).


A expectativa pessimista, ou realista, indica que uma boa parte dos alunos desistirá dos estudos, seja pela impotência diante da marginalidade, seja por exaustão econômica (em algum momento acaba o dinheiro para comprar telemóveis e passagens para o transporte público).

Destaco, a contrariar um dos entrevistados, que esta situação seleciona pobres e abastados; os que se locomovem a pé pelo espaço urbano público e os que transitam pelo Rio de Janeiro em carro blindado, com motorista particular.

O crime demonstra, a meu ver, mais esta característica nefasta, o “custo-benefício”; é mais simples e rentável, pelo menos aos iniciantes na delinquência, atacar pobres a pé, por celulares e trocados, que investir contra pessoas protegidas por "seguranças" particulares.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O resultado de desordem e descontrole no ambiente urbano público é crime e violência

Algo impensável ocorreu, à luz do dia, num dos lugares mais movimentados da cidade de São Paulo: uma adolescente foi estuprada em plena Praça da Sé.

A Praça da Sé é o marco zero da megalópole São Paulo, movimentada o dia todo, vigiada o dia todo. Entretanto não é de hoje que o espaço urbano público na Praça da Sé está desordenado e descontrolado, nos anos 1980 eram os “trombadinhas” (menores infratores) que buscavam refúgio, alimentação e dinheiro – por via de furtos e roubos – na praça. Com o tempo cresceram e passaram a cheirar cola de sapateiro, acompanhados de uma segunda geração de delinquentes. A Praça da Sé está recebendo, nesta década, uma nova leva de ocupantes, usuários de crack e outras drogas.

Nos dias atuais, como ocorre em muitos outros lugares da cidade de São Paulo, bem como em outras cidades brasileiras, a desordem atinge níveis críticos de degradação urbana, para além do apropriado para a coexistência pacífica entre pessoas, o que resulta em infestações de usos inadequados do espaço público (moradias subumanas – acantonamentos, aglomerados, acampamentos precários – sem saneamento básico, urbanização, etc).

A Praça da Sé é apenas um exemplo do que ocorre, em larga escala, no maior município do país.
Não faz, e não fará, nenhuma diferença, para a garantia da tranquilidade pública, locar um batalhão de policiais militares em patrulhamento, num espaço urbano público caracterizado pela desordem e descontrole.

A condição de desordem urbana propicia a condição da insegurança, e esta, por sua vez, resulta em mais desordem e descontrole... Sendo assim faço a correção do primeiro parágrafo deste texto, impensável é acreditar que estaria tudo bem em meio ao caos e o descontrole...

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A loucura é momentânea ou veio para ficar ???

Lembrei de uma música do Belchior que diz:

Você não sente, não vê
Mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo
Que uma nova mudança em breve vai acontecer
O que há algum tempo era novo, jovem
Hoje é antigo
E precisamos todos rejuvenescer

Estamos em mudança !!!

O tribunal da organização criminosa mais famosa do Brasil executa justiça, leia-se pena de morte, contra os homicidas de um garoto boliviano de 5 anos que a Lei prendeu.

Dos cinco acusados, inclusive um adolescente, quatro foram executados, está fora da expectativa de todos o perdão, do PCC, ao quinto...

E aí???

O Estado, que não esteve presente na morte do pequeno Bryan, deveria ter garantido a vida dos bandidos?


O infrator consegue roubar o que quer e sai calmamente pela porta que entrou.

E aí?

“Saímos do lugar para evitar o mal maior de trocar tiros com o delinquente, possivelmente atingindo inocentes”...