Dia desses conversei com o Secretário
Municipal de Urbanismo de uma cidade paulista, quando expus meus trabalhos de
pesquisa sobre o espaço urbano público como um fator relevante à percepção de
segurança e também sobre a lógica social do espaço.
Durante a apresentação o secretário narrou
a preocupação do prefeito em revitalizar o centro histórico da cidade, resgatar
a convivência entre as pessoas, incentivar o encontro. Tais características
qualificam o desempenho espacial. Logo a preocupação do prefeito, em poucas
palavras, refere-se ao desempenho espacial do Centro Histórico.
Aconselhei a que se atente à lógica social
do espaço antes de iniciar as intervenções que, como se pretende, resultarão
num locus urbano convidativo, agradável, seguro.
Conforme os estudos de “Sintaxe Espacial”, é
possível propor que existem relações pessoa-ambiente e estas relações
“comunicam”, ou não, ausência de riscos à integridade física, moral e emocional.
Essa comunicação decorre da leitura de um
determinado texto arquitetônico, sendo que o texto arquitetônico não se limita
ao espaço construído, mas também sua ocupação, ou seja a co-presença. A leitura
completa do texto arquitetônico só é possível quando esses dois elementos estão
presentes.
Para revitalizar as ruas estreitas e antigas
do Centro Histórico as autoridades municipais podem levar em conta ações que
resultem em co-presença mais desejável e instalar/incentivar equivamentos que
sirvam de atrativos às pessoas, que “justifiquem” um passeio a pé pelas ruas
históricas. Resgatar o movimento natural que comunique vitalidade ao espaço
urbano público. O uso diversificado da cidade a tornará mais segura e
agradável.
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