quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Resgate do movimento natural

Dia desses conversei com o Secretário Municipal de Urbanismo de uma cidade paulista, quando expus meus trabalhos de pesquisa sobre o espaço urbano público como um fator relevante à percepção de segurança e também sobre a lógica social do espaço.

Durante a apresentação o secretário narrou a preocupação do prefeito em revitalizar o centro histórico da cidade, resgatar a convivência entre as pessoas, incentivar o encontro. Tais características qualificam o desempenho espacial. Logo a preocupação do prefeito, em poucas palavras, refere-se ao desempenho espacial do Centro Histórico.

Aconselhei a que se atente à lógica social do espaço antes de iniciar as intervenções que, como se pretende, resultarão num locus urbano convidativo, agradável, seguro.

Conforme os estudos de “Sintaxe Espacial”, é possível propor que existem relações pessoa-ambiente e estas relações “comunicam”, ou não, ausência de riscos à integridade física, moral e emocional.

Essa comunicação decorre da leitura de um determinado texto arquitetônico, sendo que o texto arquitetônico não se limita ao espaço construído, mas também sua ocupação, ou seja a co-presença. A leitura completa do texto arquitetônico só é possível quando esses dois elementos estão presentes.


Para revitalizar as ruas estreitas e antigas do Centro Histórico as autoridades municipais podem levar em conta ações que resultem em co-presença mais desejável e instalar/incentivar equivamentos que sirvam de atrativos às pessoas, que “justifiquem” um passeio a pé pelas ruas históricas. Resgatar o movimento natural que comunique vitalidade ao espaço urbano público. O uso diversificado da cidade a tornará mais segura e agradável.

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