quinta-feira, 25 de outubro de 2012

BEM ESTAR versus PATOLOGIA SOCIAL


Uma parte dos estudos de arquitetura e urbanismo (sintaxe espacial, por exemplo) utiliza uma conceituação interessante aos estudos de prevenção à violência e à criminalidade. Em termos gerais pode-se dizer que o “normal” é que os encontros entre pessoas (co-presença) gerem situações de bem estar, pelo menos sejam proveitosos (úteis). Quando num determinado espaço social habitado (normalmente uma cidade, ou mesmo uma parte da urbe), ocorre que o encontro com outro ser humano represente uma situação contrária à de bem estar tem-se uma condição denominada PATOLOGIA SOCIAL. A arquitetura/urbanismo parte do princípio de que o BEM ESTAR é o que se espera e que a PATOLOGIA SOCIAL é uma anomalia.

Ao tratar do combate à violência e ao crime os pesquisadores do assunto SEGURANÇA PÚBLICA também entendem, o que é expresso pelo termo “combate”, que a condição em um determinado local, em que as pessoas se sentem inseguras e com medo, sob forte impacto de práticas delituosas encontra-se numa condição de PATOLOGIA SOCIAL, ainda que tal terminologia não seja comum, ao menos nos textos que tenho lido.

Por via do desenho arquitetônico, e planejamento urbanístico, pretende-se incentivar a co-presença e a diversidade de usos e de pessoas, entendendo que quanto maior a interação, melhores condições se apresentarão ao bem estar.

O pensamento inquietante que resulta da interação entre a arquitetura/urbanismo e a segurança pública é o seguinte: O que dizer de locais cujos projetos buscam propiciar integração e forte incentivo à co-presença e, apesar disto, a realidade constatada contraria tais intenções? Como podem estar desertos os locais em que as previsões são de interação social e diversidade de usos?

Há muito a entender... e muitas soluções ainda a serem encontradas e propostas.