Uma parte dos estudos de
arquitetura e urbanismo (sintaxe espacial, por exemplo) utiliza uma
conceituação interessante aos estudos de prevenção à violência e à
criminalidade. Em termos gerais pode-se dizer que o “normal” é que os encontros
entre pessoas (co-presença) gerem situações de bem estar, pelo menos sejam
proveitosos (úteis). Quando num determinado espaço social habitado (normalmente
uma cidade, ou mesmo uma parte da urbe), ocorre que o encontro com outro ser humano
represente uma situação contrária à de bem estar tem-se uma condição denominada
PATOLOGIA SOCIAL. A arquitetura/urbanismo parte do princípio de que o BEM ESTAR
é o que se espera e que a PATOLOGIA SOCIAL é uma anomalia.
Ao tratar do combate à violência
e ao crime os pesquisadores do assunto SEGURANÇA PÚBLICA também entendem, o que
é expresso pelo termo “combate”, que a condição em um determinado local, em que
as pessoas se sentem inseguras e com medo, sob forte impacto de práticas
delituosas encontra-se numa condição de PATOLOGIA SOCIAL, ainda que tal
terminologia não seja comum, ao menos nos textos que tenho lido.
Por via do desenho arquitetônico,
e planejamento urbanístico, pretende-se incentivar a co-presença e a
diversidade de usos e de pessoas, entendendo que quanto maior a interação,
melhores condições se apresentarão ao bem estar.
O pensamento
inquietante que resulta da interação entre a arquitetura/urbanismo e a
segurança pública é o seguinte: O que dizer de locais cujos projetos buscam
propiciar integração e forte incentivo à co-presença e, apesar disto, a
realidade constatada contraria tais intenções? Como podem estar desertos os
locais em que as previsões são de interação social e diversidade de usos?
Há muito a entender... e muitas soluções ainda a serem encontradas e propostas.