O caso dos turistas que picharam uma pedra no Guarujá/SP e que acabaram pichados indica que a "paciência comunitária", está esgotada.
Parece que as pessoas estão "no limite" e qualquer ação desencadeia uma reação em cadeia em avalanche, levando tudo e todos que venham pela frente. Não é o caso de julgar o episódio dos pichadores e dos ambientalistas, mas constatar que a qualquer momento a massa pode manifestar-se violentamente.
Há algum tempo, o ato dos jovens teria passado despercebido, aliás o
Presidente da Sociedade de Amigos da Praia Branca informou que é uma prática corrente
a pichação, nesta praia. Pois bem, no dia 20/04/14 a história foi diferente. A multidão
se enfureceu e foi às forras, ou seja, pintaram o casal.
Esta situação se junta àquela dos moradores
de Santa Catarina expulsando invasores de terras. E há outros paralelos, como o
do grupo carioca que amarrou um ladrão num poste, no Aterro do Flamengo.
A polarização entre o "pessoal do bem
revoltado" e o "pessoal do mal acintoso" preocupa. Preocupa em razão de que o
Estado está alheio, ao menos durante os entreveros – cada vez mais frequentes –
entre os antagonistas.
Até agora a superioridade numérica foi uma constante, a
favor do pessoal do bem, mas haverá um momento – por uma questão de tempo – em que
as forças estarão equiparadas...
Quando houver dois grupos de pessoas, antagônicos,
com forças parecidas teremos uma batalha campal, ou várias batalhas pelo
país...
Mas mesmo antes da chegada das batalhas campais há outro sinal de alerta, talvez mais grave, a JUSTIÇA IMEDIATA, em outras palavras, bateu levou.
Quem determina os limites da retaliação?
O fato do Estado situar-se aquém das expectativas de quem se sente agredido pelas atitudes dos pichadores e dos próprios pichadores que foram hostilizados, demonstra um processo de "exclusão institucional", cada ocorrência deste tipo pode ser entendida como um atestado de óbito para o Estado.
Se o Leviatã não inibe a "guerra de todos contra todos", a que se presta o Estado?