Duas
adolescentes, 13 anos cada uma, se engalfinham, à moda dos lutadores de
vale-tudo, no meio da rua (espaço urbano público) e o fato é registrado em
vídeo, para o “youtube” e notícia de telejornal.
O
pai de uma das “lutadoras”, ao ser entrevistado, reclama das autoridades
escolares, que nada fizeram para salvaguardar sua filha da violência e dos
golpes da “colega”. Por sua vez a direção da escola se manifesta no sentido de
informar que a briga ocorreu do lado externo dos muros e que, portanto, não é
responsabilidade da escola.
O
destaque vai para o pai que, em sua aparição diante das câmeras, entende que o
papel da escola é garantir a tranquilidade dos alunos para que o aprendizado e
a integridade física/moral/psicológica não sejam prejudicados.
Acredito
que o pai da briguenta esteja relativamente correto em sua fala, elimino o “absolutamente”
em razão de que em um outro contexto, de ordem pública num ambiente que cultiva
a paz, a questão poderia mesmo ser entendida como de responsabilidade da
escola, dentro ou próximo aos limites do estabelecimento de ensino.
Ocorre
que não há direcionamento social majoritário pela construção de culturas de
paz, a começar pelos “amiguinhos” que incentivam a violência (com torcida
organizada e registro em vídeo), mas não para por aí, a Escola olha o problema
formalmente e se limita à eximir-se de culpa por conta de limites físicos, ou
seja, a briga poderia até ter manchado os muros de sangue, desde que do lado de
fora...
O pai também deveria ser um ator importante neste
contexto, entendo eu, todavia sua ação parece restringir-se a buscar
responsabilidade nas autoridades escolares, pelos atos de sua filha. Dois fatores
ficaram de fora nesta discussão, quais sejam, autoridades que não têm
AUTORIDADE (como mencionei na postagem: Mais uma disciplina para o currículo escolar: cultura de violência) e, sobretudo, do pátrio poder que deixou de ter significação para as
adolescentes “plenipotenciárias” (quem se atreveria a dizer não a um(a)
adolescente???).