quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Aliviar ou reforçar as paredes?

Em vasos sob pressão - botijões de gás, por exemplo - há um dispositivo de segurança denominado válvula de alívio, o qual se presta a evitar rompimentos abruptos – explosões. Feita de material menos resistente que as paredes dos recipientes pressurizados, a válvula de alívio se rompe e libera o conteúdo, “aliviando” o interior e evitando, como dito, as graves consequências de explosões.

O atual momento brasileiro convulsiona com manifestações violentas e aponta para tendência de maior recrudescimento com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol de 2014, possivelmente com o “pico de pressão” durante o evento.

Mais adequado seria entender os motivos da comoção social e tentar “aliviar” as pressões internas, visto que, aos moldes que se vê na Venezuela, a força de reação estatal, sem mudanças perceptíveis nas precárias condições cotidianas de convivência, atendimento estatal, violência, criminalidade, etc. Entender para atender melhor.

Entretanto o que se vê é a reação, no preparo de mais policiais militares para agir no interior dos estádios, ou seja, a Polícia estará no entorno, no interior e entre a torcida, durante os jogos de futebol da Copa.

Me parece que o reforço nas paredes da “panela de pressão” da insatisfação pública, aos olhos das autoridades governamentais,  foi eleito como a melhor forma de “manter o povo na linha”, a ordem, ao que tudo indica, é reprimir.

O problema de engrossar as paredes é que o interior da caldeira continua a borbulhar, um dia o botijão não suportará as tensões populares.

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