Em vasos
sob pressão - botijões de gás, por exemplo - há um dispositivo de segurança
denominado válvula de alívio, o qual se presta a evitar rompimentos abruptos –
explosões. Feita de material menos resistente que as paredes dos recipientes
pressurizados, a válvula de alívio se rompe e libera o conteúdo, “aliviando” o
interior e evitando, como dito, as graves consequências de explosões.
O atual
momento brasileiro convulsiona com manifestações violentas e aponta para tendência
de maior recrudescimento com a aproximação da Copa do Mundo de Futebol de 2014,
possivelmente com o “pico de pressão” durante o evento.
Mais
adequado seria entender os motivos da comoção social e tentar “aliviar” as
pressões internas, visto que, aos moldes que se vê na Venezuela, a força de
reação estatal, sem mudanças perceptíveis nas precárias condições cotidianas de
convivência, atendimento estatal, violência, criminalidade, etc. Entender para
atender melhor.
Entretanto
o que se vê é a reação, no preparo de mais policiais militares para agir no
interior dos estádios, ou seja, a Polícia estará no entorno, no interior e
entre a torcida, durante os jogos de futebol da Copa.
Me parece
que o reforço nas paredes da “panela de pressão” da insatisfação pública, aos
olhos das autoridades governamentais, foi
eleito como a melhor forma de “manter o povo na linha”, a ordem, ao que tudo
indica, é reprimir.
O problema de engrossar as paredes é que o
interior da caldeira continua a borbulhar, um dia o botijão não suportará as
tensões populares.
Nenhum comentário:
Postar um comentário