sábado, 8 de fevereiro de 2014

Os Lobos e o Cordeiro

Caro leitor, alguns instantes de sua atenção, para a leitura da fábula de La Fontaine:
Um cordeiro estava bebendo água num riacho. O terreno era inclinado e por isso havia uma correnteza forte.

Quando ele levantou a cabeça, avistou um lobo, também bebendo da água.


- Como é que você tem a coragem de sujar a água que eu bebo - disse o lobo, que estava alguns dias sem comer e procurava algum animal apetitoso para matar a fome.
 - Senhor - respondeu o cordeiro - não precisa ficar com raiva porque eu não estou sujando nada. Bebo aqui, uns vinte passos mais abaixo, é impossível acontecer o que o senhor está falando.
- Você agita a água - continuou o lobo ameaçador - e sei que você andou falando mal de mim no ano passado.
- Não pode - respondeu o cordeiro - no ano passado eu ainda não tinha nascido.O lobo pensou um pouco e disse:
- se não foi você foi seu irmão, o que dá no mesmo.- Eu não tenho irmão - disse o cordeiro - sou filho único.
- Alguém que você conhece, algum outro cordeiro, um pastor ou um dos cães que cuidam do rebanho, e é preciso que eu me vingue.

Então ali, dentro do riacho, no fundo da floresta, o lobo saltou sobre o cordeiro, agarrou-o com os dentes e o levou para comer num lugar mais sossegado.
Na narrativa, o lobo apresenta ao cordeiro seus argumentos sobre as “maldades” que o animalzinho fez e faz contra ele, por fim, em vista de que nenhuma de suas razões prospera, o lobo cria, covardemente, um cenário à sua lógica “lupina”, em que é impossível escapar, arrebata e devora o cordeiro indefeso.

O discurso dá conta de que o lobo busca, usando de todos os meios, atingir seu objetivo primaz de devorar o cordeiro e é exitoso, uma vez que é mais forte que seu oponente.

A sustentar esta fábula, em nível mais profundo da análise, diz La Fontaine: A razão do mais forte é sempre a melhor.

Esta fábula veio à memória quando pensei em duas situações em que a Polícia Militar foi alvo dos torpedos da imprensa.

Na primeira situação um policial militar de São Paulo teria disparado contra um jovem inofensivo, trabalhador que, num ato de desespero, fugia de policiais em desabalada carreira. É relevante notar que nenhum dos fatos anteriores à correria foi explorado (nem as bombas que o agressor transportava, nem os golpes de estilete e nem as agressões iniciais do rapaz contra uma guarnição de policiais), tudo foi convenientemente deixado de lado, em razão de que o objetivo primaz da imprensa é o de devorar a dignidade do exercício profissional policial-militar, vale tudo, inclusive torcer os fatos.

Tudo veio à tona, com o tempo, e nenhuma das acusações restou provada, ao contrário, os argumentos lupinos dos repórteres/comentaristas foram caindo um a um.

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O segundo episódio vitimou a Polícia Militar do Rio de Janeiro, em que um policial militar teria lançado um rojão contra um cinegrafista da TV Bandeirantes, que registrava uma manifestação "pacífica", isto segundo UM repórter TESTEMUNHOU (dentre os tantos que havia no local), a destacar que os colegas de emissora relataram tal versão para o fato.

Com o elucidar dosfatos, apurou-se, inclusive por via das imagens da imprensa, que os policiaismilitares não usaram rojões durante a manifestação, então o repórter diz que viu policiais lançando bombas de efeito moral nos manifestantes e que, “um destes artefatos estourou perto do cinegrafista da Band, que caiu na hora”.

A imagem mostra algo atingindo o cinegrafista e não estourando perto, e o repórter, quando não há mais como dizer que o policial militar alvejou o cinegrafista, diz que uma bomba caiu PERTO da vítima, a diferença entre a primeira versão e a verdadeira é diametralmente oposta. Destaque para o fato de que uma bomba de efeito moral é MUITO diferente, por seus efeitos, de um rojão.


Como a primeira impressão é a que fica, os lobos contabilizam um placar favorável contra os policiais militares (2X0).

A força da opinião dos comentaristas na TV para as massas é descomunal e sem tempo de resposta para a Polícia Militar, inclusive pelo fato de que a cada razão exposta pelo cordeiro há um argumento LUPINO. Ao que tudo indica: A razão do mais forte é sempre a melhor.

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