Vários episódios
pelo Brasil (São Paulo, Guarulhos, Natal, Rio de Janeiro, Florianópolis, etc)
estabelecem que os campi das
Universidades Federais estão fora do território brasileiros, ao menos no que se
refere à aplicação da lei. Em todos eles as condições de insegurança aos alunos
são flagrantes. Entretanto a preferência dos gestores administrativos
educacionais tem sido inclinada à delinquência, com clara ojeriza à Polícia.
Em nosso
país há, pelo menos, três categorias de leis – quanto à aplicação – as que “pegam”,
as que “não pegam” e aquelas que “pegam” por um tempo e depois caem no desuso. O
uso de entorpecentes está na terceira categoria, ou seja, ainda é ilegal, mas
não é aplicada, raramente há um caso de prisão por posse de maconha, por vezes
nem mesmo o tráfico é punido...
Nos campi das Universidades Federais a
maconha já foi liberada há muito tempo, há um salvo conduto para os usuários. Sabedores
de tal condição, os vendedores do “cigarrinho do capeta” encontram livre
trânsito para seu comércio. Até aí tudo bem, trata-se “apenas” do
descumprimento da lei, “passa batido”, só o cheiro característico...
Mas há um
problema: a insegurança e a violência. As faculdades não têm portas fechadas
para os campi, a entrada é franca, logo, todos os viciados que quiserem
desfrutar de alegres momentos embalados à cannabis
sativa, mesmo que não forem discentes. Ocorre, a continuar nesta linha de
raciocínio, que nem sempre os usuários têm dinheiro para sustentar o vício,
isto é, precisam de patrocínio, voluntário ou não – normalmente “não”. Sendo assim
os tais usuários precisam de dinheiro, ou de coisas que possam “transformar” em
dinheiro – telemóveis preferencialmente. Daí vem a insegurança e a violência vivenciada
pelos alunos.
O ponto de
vendas merece destaque especial, na cadeia comercial da maconha. Sendo um
empreendimento lucrativo sem impostos, livre nos campi federais brasileiros, é óbvio que nenhum “dono de boca de
fumo” vai perder a oportunidade “na boa”, nem mesmo compartilhar os ganhos com
a concorrência. A forma mais prática de lidar com outros “empreendedores” é a
força “exemplar”, já que a prática é – in
tese – ilegal. Daí vem a insegurança e a violência vivenciada pelos alunos.
Há um
fortalecimento contínuo nas linhas de defesa aos usuários e vendedores, não se
demonstra a mesma energia em relação aos universitários, a lembrar o fato de
que quem quer ir para escola fumar maconha nem está tão preocupado com os
estudos.
Em outras
palavras, a Escola do Brasil – mormente as Universidades Federais - é tolerante
para com os usuários e traficantes, mas intolerante com quem quer estudar, no sentido
de que há uma aparente indiferença com a preservação de ambientes estudantis tranquilos
e propícios ao aprendizado.