É muito
comum, mais a cada dia, que ao final de um filme, ou seriado de televisão,
sejam “apresentados” os erros de gravação durante as filmagens - momentos em
que os atores esquecem o texto, ou que atuam fora de tempo, ou ainda que
começam a rir descontroladamente e prejudicam a cena, etc.
Num
antigo sitcom brasileiro o momento
mais aguardado era exatamente o final do programa, com os erros de gravação, ao
que tudo indica, a parte mais engraçada da comédia compunha-se de equívocos e
improvisos. Uma das atrizes deste seriado foi questionada sobre isso, ou seja,
como acontecia isso, se ela esquecia muito as falas, se entrava em cena na hora
errada, etc.
Ela
respondeu que sempre exerceu sua profissão com seriedade e, portanto, decorava
todas as falas e a dos companheiros de palco também, entretanto ela notou que havia
maior exposição televisiva para os colegas que erravam mais, e, a partir daí,
começou a “errar” também, para poder aparecer mais vezes durante mais tempo...
Alguns
especialistas em segurança pública parecem acompanhar o raciocínio da atriz que
“errava” para aparecer mais, visto que se aproveitam da “vitrine” dos meios de
comunicação e replicam os equívocos daqueles que não entendem absolutamente
nada do assunto e, mesmo assim, têm exposição de suas “falas”. Numa comédia,
que dura alguns minutos, erros e equívocos são engraçados, na vida real as
decisões equivocadas têm altíssimos custos e graves consequências.
A tragédia na Segurança Pública não resulta
simplesmente das ações dos tolos que pretendem passar-se por especialistas e
cometem todas as tolices possíveis e imagináveis, mas quando os especialistas passam-se por tolos para obter alguma vantagem com isso.