A atuação folclórica de pessoas públicas
brasileiras – com respostas, convenientemente, idênticas para questões
diferentes – há políticos famosos nesta prática, a ponto de produzir
pronunciamentos absurdos/ilógicos, como dizer que a violência aumenta quando o
país fica mais rico e há melhor distribuição de renda...
Os “especialistas em segurança pública”
também fazem uso do expediente “respostas-prontas”, com o ingrediente ideologia
em destaque. O fator “alinhamento político” identifica nitidamente as “discursos
prontos”, a caracterizar comentários como “posicionamentos” e não como análises
de uma determinada situação, e, por conta deste hábito, há um tratamento
desigual com os diversos atores que participam diretamente nas questões
relativas à Segurança Pública.
Um dos exemplos mais claros é a leitura equivocada
de estatísticas criminais, para população carcerária ser preponderantemente
negra aponta para a “criminalização étnica”, em outras palavras, há preferência pela Justiça em prender negros pobres. Entretanto quando o assunto é vitimização
por homicídio o posicionamento mantem-se e população jovem negra pobre adquire
a característica de vulnerabilidade ante a “sociedade má e elitista”. Parece que ninguém traz ao debate os fatores contextuais destes números (caracterização étnica dos autores e vítimas de homicídios, demografia étnica dos locais dos crimes, reincidência criminal, etc).
A questão, a meu ver, não é maquiar a dívida
social com os negros e nem esquecer que as elites imperiais e republicanas,
historicamente, exploraram os negros, pobres, índios, etc.
Os discursos prontos impedem a discussão técnica, em favor de
posicionamentos ideológicos, em outras palavras, muito é dito mas nenhuma
solução exequível emerge; vociferar acaloradamente não significa que há
conhecimento, ou mesmo boa fé, indica apenas a estratégia sindicalista de “ganhar
no grito”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário