segunda-feira, 3 de março de 2014

Falar muito e dizer pouco...

A atuação folclórica de pessoas públicas brasileiras – com respostas, convenientemente, idênticas para questões diferentes – há políticos famosos nesta prática, a ponto de produzir pronunciamentos absurdos/ilógicos, como dizer que a violência aumenta quando o país fica mais rico e há melhor distribuição de renda...

Os “especialistas em segurança pública” também fazem uso do expediente “respostas-prontas”, com o ingrediente ideologia em destaque. O fator “alinhamento político” identifica nitidamente as “discursos prontos”, a caracterizar comentários como “posicionamentos” e não como análises de uma determinada situação, e, por conta deste hábito, há um tratamento desigual com os diversos atores que participam diretamente nas questões relativas à Segurança Pública.

Um dos exemplos mais claros é a leitura equivocada de estatísticas criminais, para população carcerária ser preponderantemente negra aponta para a “criminalização étnica”, em outras palavras, há preferência pela Justiça em prender negros pobres. Entretanto quando o assunto é vitimização por homicídio o posicionamento mantem-se e população jovem negra pobre adquire a característica de vulnerabilidade ante a “sociedade má e elitista”. Parece que ninguém traz ao debate os fatores contextuais destes números (caracterização étnica dos autores e vítimas de homicídios, demografia étnica dos locais dos crimes, reincidência criminal, etc).


A questão, a meu ver, não é maquiar a dívida social com os negros e nem esquecer que as elites imperiais e republicanas, historicamente, exploraram os negros, pobres, índios, etc.

Os discursos prontos impedem a discussão técnica, em favor de posicionamentos ideológicos, em outras palavras, muito é dito mas nenhuma solução exequível emerge; vociferar acaloradamente não significa que há conhecimento, ou mesmo boa fé, indica apenas a estratégia sindicalista de “ganhar no grito”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário