quarta-feira, 19 de março de 2014

Exércitos informais se expandem quando o poder formal reflui

Revisito um texto de 2006 (A roda trincou), do jornalista Gaudêncio Torquato, sobre os ataques do PCC a policiais, diretamente, e a toda população, indiretamente.

O articulista explora a condição lastimável do Estado brasileiro, incapaz de fazer frente às demandas emergenciais da população, digo mais, às necessidades básicas (saúde, educação, habitação, fomento ao emprego), pagas pela própria população. Tal característica ecoa na sociedade, a resultar na busca por proteção, justiçar aqueles que são pegos em flagrante, unir-se ao crime em vista das vantagens, etc.

Repensando o episódio sombrio dos ataques penso que os efeitos ainda produzem efeitos significativos, a contribuir com o aumento da violência e da criminalidade. As ações criminosas organizadas não pararam, estão mais violentas e mais ousadas. Renasceu o cangaço no Brasil.

Ao exibir sua capacidade estratégica e musculatura, a organização criminosa provoca a Polícia para duas posições desfavoráveis, quando a Polícia sofre baixas, mortos e feridos entre seus integrantes, dá motivos para desconfiança em razão da dificuldade em defender-se, por outro lado, quando a Polícia confronta os criminosos, com resultado morte dos bandidos, recebe a pecha de truculenta.


O Estado, ao que tudo indica, não dá mostras de ter aprendido com a dura lição, alheio à falta de lei e ordem. À Polícia, na prática, restam os resultados das mazelas sociais, da infraestrutura inadequada, dos descasos com a educação e saúde públicas.

Possivelmente a violência e ousadia crescente de bandos criminosos organizados tenha seu caminho de sucesso pavimentado pela incapacidade/inépcia estatal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário