Residências com maior proteção passiva
(cercas elétricas, câmeras de monitoração, muros altos) e ativa (vigilantes,
holofotes acionados por movimento, alarmes, cães) indicam que o medo e a
insegurança estão em franca ascensão entre os brasileiros.
A população demonstra-se refratária aos números
estatísticos sobre a evolução da violência/criminalidade, como “constatação” de
crescimento ou decréscimo da delinquência. As pessoas não querem arriscar. O fenômeno
pode ser entendido como instinto de preservação e, sobretudo, o impacto da violência
em quem é atingido diretamente e, talvez na mesma intensidade, por quem é
atingido indiretamente (presenciou, teve alguém próximo vitimizado pelo crime).
Os meios de comunicação têm se caracterizado como poderosos vetores do impacto
indireto.
A segurança pública, ao se entendida como o
resultado contextual que comunica tranquilidade e acolhimento ao cidadão,
transforma-se em algo bem maior que a simples notícia de que em alguns lugares
as taxas de crime estão a diminuir, pelo motivo de que um único evento,
estatisticamente irrelevante, é brutalmente impactante para a vítima.
A crescente procura por veículos blindados
indica que brasileiros estão a temer pela vida, ainda que, racionalmente, não
haja motivos para tal, mas, por outro lado, sem motivos não haveria este pesado
investimento.
A questão da garantia de tranquilidade e paz aos
cidadãos apresenta-se desafiadora e, ao mesmo tempo, urgente, entretanto há
algo estabelecido, como uma proposta de resposta:
PERCEPÇÃO DE INSEGURANÇA DECORRE
DE VÁRIOS FATORES QUE, ESTOCASTICAMENTE, FAZEM PARTE DO COTIDIANO, PARA ALTERAR
TAL SITUAÇÃO FAZ-SE NECESSÁRIO QUE CADA UM DESTES FATORES SEJA COMBATIDO E,
ASSIM, APÓS UM TEMPO DE TRANQUILIDADE A SENSAÇÃO SERÁ OUTRA.
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