Moradora de
Ponta Grossa/PR se defende como pode e cerca seu pé de laranja, com madeira e arame farpado. A atitude gerou polêmica visto que a árvore está plantada na
calçada, espaço urbano público. Os vizinhos da precavida senhora não gostaram
da possibilidade de seus filhos tentarem furtar laranjas e se espetarem no
arame farpado.
A dona do
pé de laranja teme que os frutos da árvore sejam roubados, segundo a nota,
todavia pode ser que a defesa tenha por foco os destruidores de árvores,
prática bastante em grandes cidades.
A cerca,
pelas fotos, parece ser bem feita e exigiu, certamente, investimento à
moradora, o que possibilita dois entendimentos imediatos, a expectativa do “crime”
e a importância da laranjeira.
Guardadas as
devidas proporções, há uma prática comum que também viola os direitos dos
cidadãos à cidade: Condomínios Fechados. Há casos em que se fecham ruas/avenidas
e faz-se o uso de infraestrutura pública (arruamento, rede elétrica, saneamento
básico) para fins particulares, todos pagam e alguns particularizam o usufruto.
Desde conjuntos
habitacionais de baixa renda a condomínios de alto padrão temos a ocupação de
pedaços das cidades, a impor ao todo segregação espacial para uso de alguns.
As motivações
da segregação espacial autoimposta são idênticas ao que ocorre no caso da laranjeira, a
expectativa do crime e a importância de morar bem.
No caso das
laranjas penso que plantar muitas árvores frutíferas nas calçadas resolveria o
problema de roubos (não haveria motivo para roubar/furtar o que existe à
disposição), não digo o mesmo em relação aos vândalos.
Com respeito aos condomínios
fechados a questão apresenta um obstáculo de difícil transposição, a considerar
que os altos muros se destinam a proteger a vida, a incolumidade
física e bens.
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