quarta-feira, 12 de março de 2014

Meu pé de laranja lima...

Moradora de Ponta Grossa/PR se defende como pode e cerca seu pé de laranja, com madeira e arame farpado. A atitude gerou polêmica visto que a árvore está plantada na calçada, espaço urbano público. Os vizinhos da precavida senhora não gostaram da possibilidade de seus filhos tentarem furtar laranjas e se espetarem no arame farpado.

A dona do pé de laranja teme que os frutos da árvore sejam roubados, segundo a nota, todavia pode ser que a defesa tenha por foco os destruidores de árvores, prática bastante em grandes cidades.

A cerca, pelas fotos, parece ser bem feita e exigiu, certamente, investimento à moradora, o que possibilita dois entendimentos imediatos, a expectativa do “crime” e a importância da laranjeira.

Guardadas as devidas proporções, há uma prática comum que também viola os direitos dos cidadãos à cidade: Condomínios Fechados. Há casos em que se fecham ruas/avenidas e faz-se o uso de infraestrutura pública (arruamento, rede elétrica, saneamento básico) para fins particulares, todos pagam e alguns particularizam o usufruto.

Desde conjuntos habitacionais de baixa renda a condomínios de alto padrão temos a ocupação de pedaços das cidades, a impor ao todo segregação espacial para uso de alguns.

As motivações da segregação espacial autoimposta são idênticas ao que ocorre no caso da laranjeira, a expectativa do crime e a importância de morar bem.


No caso das laranjas penso que plantar muitas árvores frutíferas nas calçadas resolveria o problema de roubos (não haveria motivo para roubar/furtar o que existe à disposição), não digo o mesmo em relação aos vândalos.

Com respeito aos condomínios fechados a questão apresenta um obstáculo de difícil transposição, a considerar que os altos muros se destinam a proteger a vida, a incolumidade física e bens.

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