Ontem foi Andersen quem mostrou o
descompasso entre as imagens e os discursos, no conto “A roupa nova do rei”, e
hoje é o telejornal mais capilarizado, em termos de audiência, no Brasil. Registra-se a derrocada
do Estado de Direito, nas imagens de policiais militares sendo intimidados porbandidos. Basta se juntar e “fazer frente” aos encarregados da aplicação da
lei, em outras palavras, quando o CRIME encontra a oportunidade “tá tudo
dominado”.
Os comentários de entrevistados
(profissionais da segurança pública) reproduz, na íntegra, a tentativa de
mostrar algo que está diametralmente oposto às imagens vistas em rede nacional
de televisão...
Um policial diz que os policiais, no exercício
da profissão, precisam ter “tolerância acima do normal para lidar com este tipo
de atuação técnica”. Ver os patrulheiros apanhando e, ainda assim, inertes,
mesmo quando a viatura do Estado é destruída, não parece ser um exercício de tolerância,
é claro que o momento é de impotência total diante de um bando de pessoas que
simplesmente os proíbe de executar qualquer ação, sendo assim o que resta aos reféns
da marginalia é a não-ação...
Outro ponto interessante refere-se à
tentativa de inibir as ações criminosas:
Nós conseguimos identificar grande parte dos elementos e eu irei pedir a prisão desses criminosos pelo crime de associação para o tráfico.
Fico a pensar que nenhum dos delinquentes
fica apreensivo com tal afirmação, em primeiro lugar porque todos têm passagens
pela Polícia, ou seja, presumem, com conhecimento de causa, que nada mais grave
vai acontecer. Há também que se considerar que ultimamente nenhum bandido foge
das câmeras, elas são ignoradas, inclusive com roubos e estupros em ônibus, diante
de celulares, câmeras de segurança instalada nos coletivos, muitos não se
preocupam em esconder o rosto...
A população, aturdida, relata constantes ações
de violência por parte de organizações criminosas contra policiais.
Especialistas se esmeram em descrever e
analisar a questão...
Por fim uma profissional diz que nada vai
impedir o trabalho de pacificação da Polícia, pois é... Se intimidar, destruir
uma viatura a pauladas, bater e usar de força física contra policial militar
que tentou apreender uma sacola com drogas e armas, não impede o trabalho
policial, então é o caso de voltar ao dicionário e redefinir os significados de "impedir" e "pacificação"...
Entretanto a situação mais delicada ainda não
é a vivenciada pelos policiais espancados e sim dos moradores, visto que em
algum momento o plantão dos patrulheiros acaba, porém a convivência da
população com os marginais é perene... A sociedade está nua!
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