sábado, 10 de agosto de 2013

Se fosse para ficar solto não precisava prender...


Particularmente me chama a atenção o fato de que é normal ver mulheres tirando os sapatos para passar para a área de embarque dos aeroportos e, ao mesmo tempo, assistir nos telejornais a Polícia informando que encontrou telefones celulares dentro dos presídios, ou mesmo a gravação de conversas entre os encarcerados com pessoas de fora.

O artigo é oportuno e instigante. Aponta a mora estatal em agir, preventivamente, para modificar a situação de livre comunicação telefônica de líderes de organizações criminosas desde os presídios, isto é, parece que estão presos, mas continuam em ação, por via das ordens “irradiadas” de dentro das celas.

Aliás, pode-se dizer, na esteira das possibilidades tecnológicas em franco desenvolvimento, que os presos não usam os aparelhos telefônicos apenas para falar e ouvir, como também organizam vídeo-conferências, vigiam seus antigos “locais de trabalho”, fazem pesquisas, movimentam contas bancárias, etc, etc, etc.

Se em algum momento imaginou-se que o controle era possibilitado por vai do confinamento físico hoje se sabe que o acesso à tecnologia das telecomunicações quebra todas as barreiras físicas, visto que um enorme muro de concreto instransponível é “indiscutivelmente” vulnerável às ondas eletrônicas da comunicação.

Disponibilizar, voluntária ou involuntariamente, por incompetência ou por conivência, acesso, pelos presos de alta periculosidade, à sociedade torna a situação incontrolável e calamitosa.

A reação dos presos contra a intenção estatal de privá-los dos telefones celulares, nas palavras da articulista, é esperada e é, para além disto, mais um indicativo de que há uma condição de intranquilidade geral em estado latente, não há mais o perigo de que os grandes criminosos fujam da prisão, visto que, virtualmente (mas de forma bem presente) eles já transitam, livremente, pelo redil.

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