Nesta semana encontrei o amigo Heitor, que me falou sobre seu trabalho em São Caetano do Sul e a indicação a integrantes do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg), dos textos deste blog para leitura. O que me fez lembrar que um Conseg é, fundamentalmente, uma busca por MOBILIZAÇÃO COMUNITÁRIA em prol da segurança de todos, eis aí, Heitor e amigos, algumas considerações que uso durante as aulas sobre o tema:
Mobilizar é convocar vontades para atuar na busca de um
propósito comum, sob uma interpretação e um sentido também compartilhados.
Participar ou não de um processo de mobilização comunitária é um
ato de escolha. Por isso se diz convocar, porque a participação é um ato de
liberdade. As pessoas são chamadas, mas participar ou não é uma decisão de cada
um.
Essa decisão, de participar de algo em prol da comunidade, depende essencialmente da percepção, pelos indivíduos de uma
comunidade, da responsabilidade e capacidade de provocar e construir mudanças.
A mobilização social é muitas vezes confundida com
manifestações públicas, com a presença das pessoas em uma praça, passeata,
concentração. Mas isso não caracteriza uma mobilização.
A mobilização ocorre
quando um grupo de pessoas, uma comunidade ou uma sociedade decide e age com um
objetivo comum, buscando, quotidianamente, resultado decidido e desejado por
todos.
Toda mobilização se dá por algum motivo, para alcançar um objetivo
pré-definido, um propósito comum, por isso é um ato de razão. Pressupõe uma
convicção coletiva da relevância daquilo que convém a
todos.
Para que ela seja útil tem que estar orientada para a construção de um
projeto de futuro. Se o seu propósito é passageiro, converte-se em um evento,
uma campanha e não em um processo de mobilização. A mobilização requer uma
dedicação contínua e produz resultados continuamente.
Como falamos de interpretações e sentidos também
compartilhados reconhecemos a mobilização social como um ato de comunicação. A
mobilização não se confunde com propaganda ou divulgação, mas exige ações de
comunicação no seu sentido amplo, enquanto processo de compartilhamento de
discurso, visões e informações.
O que dá estabilidade a um processo de
mobilização social é saber que o que eu faço e decido, em meu campo de atuação, bem como, está sendo feito e decidido por outros, em seus próprios campos de atuação, com
os mesmos propósitos e sentidos.
[1]
Extraído de “MOBILIZAÇÃO SOCIAL UM MODO DE CONSTRUIR A DEMOCRACIA E A
PARTICIPAÇÃO”, de José Bernardo Toro A. e Nisia Maria Duarte Werneck, disponível
em << http://www.aracati.org.br/portal/pdfs/13_Biblioteca/Publica%E7%F5es/mobilizacao_social.pdf>>,
acesso em 24/08/2008 às 17h30.
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