Hoje
um jovem bateu na janela do carro, veio correndo, assustei com a aparição,
afinal estava no centro de São Paulo/SP... O rapaz estava pálido, tremendo,
desesperado. Ele me disse que acabara de ser roubado – eles arrancaram minha
mochila e saíram correndo nessa direção, relatou.
Olhei
para a direção apontada e havia um “mundo de gente”, não havia mais como distinguir
os pilantras no meio da multidão, os delinquente se foram, sem deixar
vestígios...
Pela
narrativa da vítima, dois jovens/adolescentes se aproximaram e simplesmente o
agarraram e tiraram o que queriam, num cruzamento de duas avenidas
movimentadíssimas, mas a ação foi rápida e, hoje em dia, ajudar alguém pode
significar ser roubado também, ou sofrer outro tipo de violência, e se tornar
mais uma vítima...
Após
o ocorrido comentei a situação com o motorista, ao que recebi como réplica que
isto é normal, acontece todos os dias, várias vezes por dia. Eles aparecem
pegam alguma coisa e levam até o “distribuidor” de crack, e, quando der vontade de
“queimar outra pedra”, eles voltam para o cruzamento, atacam outra pessoa para
pegar dinheiro, ou alguma coisa...
Esta
é uma condenação para os usuários, visto que pertencem à “casta de intocáveis”,
não podem ser molestados, nem movimentados, nem concitados a parar com o vício...
Só lhes cumprir sua sina de roubar e “queimar suas pedrinhas”...
A continuar
assim, a tendência natural é que as vítimas evitem esse espaço urbano público,
sob o controle dos “usuários”, parece que alguns já evitam.
Imagino
se um dia todos, menos os “usuários”, deixassem de frequentar o centro de São Paulo,
seria um mundo só para os “usuários”, pelo menos uma parte do mundo... Mas este
seria o pior dos mundos para os “usuários”, afinal quem “forneceria” dinheiro,
ou produtos para troca, para obter suas “preciosas pedras”?
Pelo que percebo todos, inclusive os “usuários”,
estão pagando pra ver. Parece ser um problema insolúvel e, como diz meu pai: “o
que não tem solução, resolvido está”.
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