quinta-feira, 18 de abril de 2013

Admirável mundo novo...


Hoje um jovem bateu na janela do carro, veio correndo, assustei com a aparição, afinal estava no centro de São Paulo/SP... O rapaz estava pálido, tremendo, desesperado. Ele me disse que acabara de ser roubado – eles arrancaram minha mochila e saíram correndo nessa direção, relatou.

Olhei para a direção apontada e havia um “mundo de gente”, não havia mais como distinguir os pilantras no meio da multidão, os delinquente se foram, sem deixar vestígios...

Pela narrativa da vítima, dois jovens/adolescentes se aproximaram e simplesmente o agarraram e tiraram o que queriam, num cruzamento de duas avenidas movimentadíssimas, mas a ação foi rápida e, hoje em dia, ajudar alguém pode significar ser roubado também, ou sofrer outro tipo de violência, e se tornar mais uma vítima...

Após o ocorrido comentei a situação com o motorista, ao que recebi como réplica que isto é normal, acontece todos os dias, várias vezes por dia. Eles aparecem pegam alguma coisa e levam até o “distribuidor” de crack, e, quando der vontade de “queimar outra pedra”, eles voltam para o cruzamento, atacam outra pessoa para pegar dinheiro, ou alguma coisa...

Esta é uma condenação para os usuários, visto que pertencem à “casta de intocáveis”, não podem ser molestados, nem movimentados, nem concitados a parar com o vício... Só lhes cumprir sua sina de roubar e “queimar suas pedrinhas”...

A continuar assim, a tendência natural é que as vítimas evitem esse espaço urbano público, sob o controle dos “usuários”, parece que alguns já evitam.

Imagino se um dia todos, menos os “usuários”, deixassem de frequentar o centro de São Paulo, seria um mundo só para os “usuários”, pelo menos uma parte do mundo... Mas este seria o pior dos mundos para os “usuários”, afinal quem “forneceria” dinheiro, ou produtos para troca, para obter suas “preciosas pedras”?

Pelo que percebo todos, inclusive os “usuários”, estão pagando pra ver. Parece ser um problema insolúvel e, como diz meu pai: “o que não tem solução, resolvido está”.

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