O filósofo
inglês Thomas Hobbes usou uma imagem bíblica para representar o Estado, o
Leviatã (livro publicado em 1651). Este animal mítico, forte e terrível, referido
na Bíblia, impede, segundo o autor, que o caos se instaure na sociedade, inibe uma
situação de litígios intermináveis entre as pessoas, paira sobre todos e, pela
força, mantém a ordem e a paz.
O pensador
infere que a união das pessoas representadas pelo, e representantes do, Estado,
funciona como um contrato, através do qual todos os habitantes de um país se
comprometem a abdicar de parte de sua liberdade em troca de proteção, em
relação aos compatriotas e também dos perigos vindos de outros países (guerras).
No
hemisfério sul, mais especificamente no Brasil, há um Leviatã, que exibe sua
musculatura superdesenvolvida, apesar da fome insaciável, por impostos e
mordomias, sua forma física é irreparável, forte e ágil como nunca antes neste
país...
No
entanto os olhos do nosso Leviatã têm uma peculiaridade, produzem uma visão
ultra seletiva, só percebem a produção de renda, parece que não enxergam outras
facetas da vida brasileira, sobretudo a insegurança pública.
Thomas
Hobbes, na defesa de um Estado forte para impor a lei e a ordem, diz que sem um
poder a disciplinar a vida em sociedade haveria um estado de coisas em que
todos os homens lutariam permanentemente contra todos os homens (bellum omnia omnes), mas esta concepção
se perde nas práticas do Estado contemporâneo tupiniquim, estão aí os
telejornais a bradar que há, sim, em nossas terras uma verdadeira bellum omnia omnes dentro dos coletivos,
nas ruas, nas residências, nas escolas, enfim em todos os lugares onde há
pessoas há violência...
O
Leviathan brasillis não percebe insegurança, violência e crime. Se percebesse,
forte e poderoso como é, tal condição não se instalaria.
Alguém precisa mostrar ao Leviathan brasillis que
ele precisa agir, proteger os indivíduos, antes que os homens tenham todos os
seus tesouros dilapidados, fiquem pobres e, consequentemente, o próprio Leviatã enfraqueça
e morra à míngua...
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