O jornal O Estado de São Paulo traz a noticia
que há superlotação em 1/3 dos presídios paulistas, pegando carona no fato do
início do julgamento de policiais militares acusados de massacrar presos na
Casa de Detenção (Carandiru).
Presos em condições subumanas não é O QUE
DEVERIA SER, na verdade O QUE DEVERIA SER, o que é esperado, é que o tempo de
reclusão sirva para que aqueles que cometeram delitos entendam o mal que
fizeram a outrem e, sobretudo, que reaprendam a (com)viver, no entanto O QUE É
é bem diferente disto, pelo visto saem piores que quando entraram, há,
inclusive, uma máxima que diz que a cadeia se tornou numa especialização em
crueldades e violência, isto é, o indivíduo aprende a ser um bandido mais apto
a praticar delitos e a ser mais cruel e violento.
Ao olhar unicamente para o sofrimento dos
encarcerados a reação imediata é lutar para que estes seres humanos tenham
melhores condições de reabilitação, que fiquem o menor tempo possível num
estabelecimento prisional que não os respeita, pois O QUE É não é O QUE DEVERIA
SER...
Vale lembrar que no Brasil há 192.000mandados de prisão em aberto, isto é, se todos fossem cumpridos, os índices de
lotação em cadeias seria maior...
Também merece atenção um olhar para as
vítimas de ações delituosas, as diretas e as indiretas (praticamente toda
sociedade). Este direcionamento permite entender que há pouca gente na cadeia,
visto que um dos objetivos, o mais imediato, é retirar das ruas aqueles que
cometem crimes e atos de violência, se a insegurança pública instaurou-se de
vez em nosso país, consequentemente há mais criminosos soltos que o desejável.
O que temos é que por uma lado há
superlotação nas cadeias e por outro lado há superlotação de bandidos soltos
nas ruas.
Considero que O QUE É em termos de
presidiários em cadeias superlotadas é sofrimento, insegurança e revolta, e, em
termos de espaços urbanos públicos inseguros, também é sofrimento, insegurança
e revolta.
Em termos de presídios superlotados, no
campo “O QUE DEVERIA SER”, há necessidade urgente de humanização, atenção e
responsabilidade social, entretanto a receita se repete para as condições de
insegurança nos espaços urbanos públicos, uma vez que se faz necessário tratar
humanamente a população, ter atenção com vítimas diretas e indiretas da
violência e do crime e, especialmente, demonstrar responsabilidade com o povo
ordeiro e trabalhador, no sentido de que este grupo de pessoas tenham condições
de vida digna, com segurança pública.
A respeito das decisões sobre quais políticas
públicas de segurança devem ser implementadas, entendo que a visão sistêmica ajudaria
muito, no sentido de que se entenda que não há como olhar apenas para um dos
lados em sofrimento, caso contrário corre-se o risco de injustiçar ambos,
vítimas e criminosos, e, fundamentalmente, entender que o espaço urbano público
é o mesmo para bandidos e vítimas e o encontro é inevitável, portanto um grupo
sempre afetará o outro...
Perfeito.
ResponderExcluirPena que o poder político não se interessa verdadeiramente por essas questões, mas apenas manipulam informações para mascarar a verdade dos fatos e não se prejudicarem no exercício de seu mandato e nas futuras eleições.
Isso tudo é uma VERGONHA!!!
O nosso atual momento, social, é lamentável, algo tem que ser feito, votar bem, pra começar...
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