A propósito das casas noturnas inseguras, eis
uma amostra de como funciona “a coisa”, isto é, como é que são liberadas, para
funcionamento, as boates na cidade de São Paulo. Em linhas gerais a Folha
registrou que é muito difícil regularizar casas noturnas (leis complicadas e
rigorosas e funcionários públicos mais propensos a oferecer dificuldades para
vender facilidades), e mais, quanto se cobra para se obter alvará de
funcionamento.
Se existem casas noturnas funcionando de
forma irregular, e existem, e se sem propinas não se consegue regularizar o
negócio, então os donos pagaram as propinas solicitadas. Imagino que as
bilheterias rendam muito dinheiro, o suficiente para pagar as propinas, manter
a casa e gerar lucro (que deve ser o objetivo dos empreendimentos...), dinheiro
suficiente para acalmar a consciência dos empresários em relação ao risco para
os usuários.
Em outras palavras, os funcionários públicos
fazem vista grossa para irregularidades, e recebem por isso (o que é pernicioso e inaceitável), mas os empresários
são os protagonistas das irregularidades (que também é pernicioso e inaceitável), e agora vêm a público, por via da
Folha de São Paulo, para reclamar/denunciar dos funcionários públicos que cobram propina ???
A denúncia/reclamação seria mais ética/honesta se viesse de pessoas que não compactuam com o funcionalismo público corrupto e, para além disso, que entendessem a vida humana como sendo de maior valor que os lucros auferidos em suas bilheterias.
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