Estive em Maceió/AL no fim de 2013, a situação
estava complicada, policiais militares estavam numa espécie de greve branca (chamada
de operação padrão). Conversei com um policial militar, que “fazia segurança”
num posto de gasolina, sobre a atuação da Força Nacional. Ele me disse que o
pessoal da FN não conseguia substituir policiais militares, os policiais não conheciam a cidade, nem mesmo geograficamente, não localizavam
os endereços das ocorrências.
Pensei nisso ao ler a matéria sobre a prorrogação da permanênciada Força Nacional de Segurança no estado de Alagoas.
A Força Nacional se instalou em Alagoas nos
idos de junho de 2012... Sua permanência foi acordada até dezembro de 2014, mas
o Governador do estado pediu mais 90 dias de prorrogação.
O momento atual é de início de governo, com
troca de partidos políticos no poder (PSDB pelo PMDB), tempo de “arrumar a casa”,
saber o que se passa, sanear contas públicas, etc. Este contexto não permite
imaginar, como factível, que em três meses a situação estará resolvida.
O pedido de prorrogação na permanência da
FNS indica, claramente, que em dois anos e seis meses não houve êxito na
redução da violência e no controle do crime.
O contexto me parece muito semelhante,
guardadas as devidas proporções, com as missões de paz da ONU em locais do
planeta onde reinam a desordem, o caos e a incapacidade dos governos locais em
organizar o cotidiano; em outras palavras, onde há guerra/guerrilha/revolução
(vide Angola, Timor Leste, Kosovo).
Outros estados brasileiros receberam o
apoio da FNS. O Brasil se transformou num país, com dimensões continentais,
salpicado de praças de guerra?
Alagoas demonstra que apenas a Força não
elimina a sensação de insegurança.
Continuar apostando na Força, além de
dispendioso, não parece ser uma fórmula exitosa para preservar a ordem pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário