terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Missão de paz doméstica

Estive em Maceió/AL no fim de 2013, a situação estava complicada, policiais militares estavam numa espécie de greve branca (chamada de operação padrão). Conversei com um policial militar, que “fazia segurança” num posto de gasolina, sobre a atuação da Força Nacional. Ele me disse que o pessoal da FN não conseguia substituir policiais militares, os policiais não conheciam a cidade, nem mesmo geograficamente, não localizavam os endereços das ocorrências.


A Força Nacional se instalou em Alagoas nos idos de junho de 2012... Sua permanência foi acordada até dezembro de 2014, mas o Governador do estado pediu mais 90 dias de prorrogação.

O momento atual é de início de governo, com troca de partidos políticos no poder (PSDB pelo PMDB), tempo de “arrumar a casa”, saber o que se passa, sanear contas públicas, etc. Este contexto não permite imaginar, como factível, que em três meses a situação estará resolvida.

O pedido de prorrogação na permanência da FNS indica, claramente, que em dois anos e seis meses não houve êxito na redução da violência e no controle do crime.

O contexto me parece muito semelhante, guardadas as devidas proporções, com as missões de paz da ONU em locais do planeta onde reinam a desordem, o caos e a incapacidade dos governos locais em organizar o cotidiano; em outras palavras, onde há guerra/guerrilha/revolução (vide Angola, Timor Leste, Kosovo).

Outros estados brasileiros receberam o apoio da FNS. O Brasil se transformou num país, com dimensões continentais, salpicado de praças de guerra?

Alagoas demonstra que apenas a Força não elimina a sensação de insegurança.

Continuar apostando na Força, além de dispendioso, não parece ser uma fórmula exitosa para preservar a ordem pública.

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