quinta-feira, 23 de maio de 2013

O aporte do darwinismo para esclarecer a insegurança pública generalizada contemporânea


Quem sobrevive não é o mais forte ou o mais inteligente e sim quem melhor se adapta às mudanças (Charles Robert Darwin).
O meio social é o caldo de cultura da criminalidade; o delinquente é o micróbio, que não tem qualquer importância enquanto não encontra a cultura que provoca a sua multiplicação. As sociedades têm os criminosos que merecem (Alexandre Lacassagne).
Charles Darwin propôs a ideia de “seleção natural” para explicar a evolução biológica de espécies. A formulação clássica desta teoria estabelece que as condições do meio ambiente “selecionam” a reprodução dos organismos vivos, conforme as peculiaridades de cada qual, ou seja, condições ambientais favorecem ou dificultam, a determinar o tamanho de populações.

A notícia sobre um roubo na rua da delegacia, expõe com eloquência as condições “ambientais” que ora se apresentam nas cidades brasileiras, especialmente nos espaços urbanos públicos.

Delinquentes estão ousados, tranquilamente a exercer suas práticas ilegais/violentas. Transparece, por suas ações, que estão livres e desimpedidos, haja vista os relatos de malandros roubando de “cara limpa”, mais e mais frequentes...

A unir as duas concepções (seleção natural e banditismo em franca evolução) é possível inferir que o ambiente está propício à multiplicação de delinquentes, parece que estes estão mais aptos às novas condições que se apresentam.

Por outro lado, a lembrar do roubo na rua da delegacia, há, entre os funcionários encarregados da aplicação da lei, a morte laboral, ou ainda, o desestímulo ao cumprimento do dever, provavelmente estes indivíduos estão menos adaptados às condições generalizadas de fomento ao crime e à violência, o que leva a uma situação em que não mais veem sentido nos ideais da profissão que outrora abraçaram.

A frustração profissional resulta, segundo penso, a partir de dois fatores principais, a desaprovação social sistemática das ações policiais e o reconhecimento da impotência para alterar a atual situação de criminalidade e violência.

Sobre a desaprovação social há um conflito insolúvel em curso quando o policial, que existe para proteção da sociedade, se vê alijado, profissionalmente, desta sociedade, parece não ser bem quisto por aqueles a quem busca proteger... "Qual o sentido de ajudar quem repele a ajuda? Talvez seja melhor não ajudar". "Talvez seja melhor deixar como está para ver como é que fica".

A respeito da incapacidade diante de um ambiente hostil à prática policial, basta ouvir, à guisa de exemplo, o seguinte relato, sobre as condições de crime e violência nas ruas, durante a Virada Cultural em São Paulo/SP:
Pior é que está cheio de PMs nas ruas. É muita gente, impossível evitar”, disse um PM à Folha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário