Parece
que chegou o momento em que as pessoas cansaram de não ter a quem recorrer e
resolveram agir por conta própria, no caso do bandido morto no bar e em outras
situações, que estão se tornando mais comuns.
Numa
pequena cidade do sul de Minas Gerais um homem molestava algumas mulheres e
espalhava o medo e insegurança pela região, vários delitos foram comunicados, e
registrados na Delegacia local, sem sucesso em deter o criminoso. Então os
moradores decretaram a pena de morte para o bandido. Uma força-tarefa foi
reunida, dentre as pessoas da cidade, capturou o delinquente e executou a
sentença.
Mas
ainda há mais um capítulo nesta história, o líder do grupo que prendeu e
executou o marginal apresentou-se ao delegado como o culpado pela morte e
declarou: Fui eu quem matou o fulano, quero saber se serei tratado como o
estuprador ou se ficarei preso?
Tanto
na primeira situação quanto na segunda há um fator urgente a ser resolvido imediatamente:
o descrédito dos brasileiros na Justiça. Acredito que tal se dê a partir de duas
constatações: impunidade (por via de processos intermináveis e pela dificuldade
em produzir provas para a condenação de criminosos) e a garantia, a quem comete
crimes, de que o Estado sempre aplicará as menores penas possíveis, sempre da
forma mais branda possível.
Os equívocos
que podem ser gerados por conta do descrédito na Justiça são, potencialmente,
enormes, em vista de que haverá um momento em que as vítimas, hoje cansadas das
ações dos bandidos, logo ficarão cansadas de ter medo de que tais ações ocorram
e, como solução preventiva para esta situação, caçarão os meliantes antes que
atuem e, com isso, muitos “justiceiros” se candidatariam ao cargo de
carrascos...
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