A palavra urbanidade tem como significado, segundo o
Dicionário Michaelis, a qualidade do que é urbano; delicadeza, cortesia;
civilidade, polidez e tem como antônimo a grosseria.
Urbanidade tem relação com urbe (cidade), de onde deriva. A
urbe era o local, protegido, onde as pessoas estavam mais próximas, fisicamente, que no campo. Vizinhos de parede, com contato visual, até mesmo físico, no mercado e nas ruas.
Esta proximidade pressupõe, obviamente, convivência e, sobretudo, reconhecer no outro um semelhante.
A cidade prestava-se a transmitir a ideia de segurança, o que
é bem nítido, culturalmente, já na época em que ainda tinha o nome de burgo, e mesmo
muito antes disso, o que pode ser entendido com muita clareza ao se imaginar
visualmente as cidades antigas. Em primeiro lugar pensamos num muro alto com um
portão forte e muralhas intransponíveis, essa é a imagem mais comum ao se
pensar nas cidades antigas e medievais, ou seja, a palavra-chave é segurança. A
segurança aqui entendida é aquela em que a população percebe a cidade como
refúgio contra ações de nações inimigas, isto é, o campo é um local vulnerável,
mas na cidade há segurança/tranquilidade, um exército que a defende e há a
convivência pacífica entre cidadãos no interior dos limites da cidade.
Em nossos dias a urbanidade é um conceito esquecido,
acredito que poucas pessoas ainda usem este vocábulo no cotidiano, talvez esteja
perdido para muitos. Ocorre que o significado parece estar perdido no tempo de outrora,
especialmente as grandes cidades, possivelmente porque os inimigos, que antes
eram declarados e vinham de outras nações, hoje estejam dentro dos muros,
camuflados (ou nem tanto).
Ainda há esperança para a urbanidade?
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