sábado, 9 de junho de 2012

Condomínios Fechados e a segurança pública


Direitos Humanos Ou Privilégios de Bandidos


Encontrei este artigo (publicado em 30/07/1991 e, segundo  entendo, muito atual), de Teresa Pires do Rio Caldeira, em razão de minhas pesquisas sobre as relações entre as práticas sociais e o espaço arquitetônico, mais especificamente sobre o fenômeno Condomínio Fechado como estratégia contra a violência e o crime. Destaco um trecho do texto:

"A sensação de segurança não é tanto uma função da ausência de crime, quanto de distância social. E distância social significa manutenção de privilégios e de uma ordem excludente. É algo nesse sentido que as elites paulistanas parecem estar querendo criar. Mesmo continuando a existir o crime lá fora, se os outros e sobretudo os pobres estiverem isolados e distanciados, será possível sentir-se seguro socialmente. A criação de enclaves protegidos é, na verdade, uma tentativa de criar distância social e, através dela, uma sensação de segurança.
O interessante nisso tudo é que o Estado parece estar sendo deixado relativamente de fora desse processo. Pede-se que seja duro, mas por via das dúvidas vai-se criando uma ordem paralela, pelo menos para a vida cotidiana. Levado ao limite, esse mecanismo deixará a polícia e a segurança pública tendo os pobres como clientela 'exclusiva' ".

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