Como
se explica que não sejamos capazes de resolver os problemas urbanos que
caracterizam as nossas cidades, neste início de século - degradação do centros,
pobreza, falta de alojamento em bairros sociais por oposição ao número
crescente de habitações vazias, conflitos étnicos e raciais em bairros de
emigrantes, crescente insegurança? Como pensar a participação dos cidadãos na
sua cidade e que direitos exercem efectivamente? O que define as várias
identidades que compõem a cidade e que papel lhes cabe exercer; os
trabalhadores, as mulheres, os emigrantes, as minorias étnicas?
Por detrás destas questões,
esconde-se, actualmente, uma certa renúncia em compreender estes fenómenos sob
o ponto de vista de uma totalidade social e de procurar medidas governativas
capazes; procura-se antes analisar as questões sob perspectivas técnicas
especializadas e fragmentárias e visões políticas reducionistas, reveladoras da
incapacidade de resolver os verdadeiros problemas.
PROENÇA, Maria Cristina Oliveira. A Cidade e o Habitar no Pensamento de Henri Lefebvre. Dissertação de Mestrado, Universidade de Coimbra, 2011, pág. 9.
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