domingo, 4 de maio de 2014

Quando o crime compensa...

As “feiras do rolo” ocorrem em várias cidades brasileiras. Talvez com nomes diferentes, mas com objetivos e operacionalização idênticas.

Trata-se de um evento da economia informal onde pessoas buscam produtos com preços menores que os praticados nas lojas convencionais. Normalmente são bens usados cujos proprietários, por necessidade de dinheiro ou pelo desuso, oferecem à venda ou mesmo ao escambo.

Uma situação tradicional, cultural e inofensiva não fosse pela questão de que nem sempre os proprietários são proprietários, em outras palavras, delinquentes também vendem/trocam “seus” objetos.

Devido ao aspecto rudimentar das “feiras do rolo” (sem notas fiscais, sem comprovação de propriedade), inclusive pelo baixo valor das vendas/trocas, encontram-se expostos, nas banquinhas improvisadas, vários produtos “suspeitos” (telefones celulares, relógios, etc).

A venda de produtos furtados/roubados “fecha” o ciclo do crime, em vista de que a compensação pela atividade ilegal é a transformação do roubo/furto em dinheiro, a estabelecer o benefício auferido pela subtração de bens alheios.

À moda das feiras do rolo, no Centro de São Paulo, há os camelôs com seus produtos importados a preços muito inferiores aos praticados pelas lojas. Há um conjunto de indicativos sobre a "procedência" dos itens à venda:
  • as bancas improvisadas (caixas de papelão);
  • o preço, até um décimo do valor normal;
  • o aspecto dos objetos;
  • a negociação apenas em dinheiro "vivo".





O crime tem compensado por, pelo menos, dois motivos: não há quem fiscalize – a contento – as atividades comerciais informais e, por outro lado, há quem veja como vantagem comprar mais barato.

Nenhum dos motivos citados é, in tese, assunto de Polícia...

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