Primeiro eram os trombadinhas, menores que empurravam
pessoas nas ruas do centro de São Paulo/SP para, após a queda das vítimas ao
chão, tomar suas carteiras; atacavam os mais vulneráveis fisicamente e agiam em
bandos de cinco, seis, sete ou mais. Quando estes delinquentes não estavam em
ação perambulavam pelas ruas, como mortos vivos, cheiravam cola de sapateiro e,
à noite, dormiam no “ventinho do metrô” (junto às grades das saídas
de ar quente dos túneis do metrô), na Praça da Sé, tudo isto aos olhos de
todos.
Os tais zumbis infantis da Praça da Sé eram esquecidos
quando não roubavam, praticamente invisíveis, e foram relegados a planos
inferiores de preocupação e de atenção, abandonados às intempéries e a
condições subumanas, ou seja com poucas chances de sobreviver, mas por culpa de Nietzsche (filósofo
alemão 1844-1900) a situação piorou muito, visto que ao pensar “Aquilo que não
me mata, só me fortalece” ele transformou os trombadinhas em trombadões, mais
perigosos, mais fortes fisicamente e mais organizados, as táticas de assalto foram
aprimoradas e o grupo de possíveis vítimas expandiu-se para além dos “vulneráveis”.
Os trombadinhas passaram à condição de trombadões,
abandonaram a cola de sapateiro, se aproximaram do crack e migraram para as
cercanias da Estação da Luz, em São Paulo/SP, região apelidada de Cracolândia. Os
usuários de crack estavam condenados à morte e foi isto que aconteceu, o
problema é que morreram “apenas” socialmente, e então Nietzsche agiu
novamente... Desapareceram por alguns instantes para depois ressuscitarem, com
mais força, violência e ameaça à sociedade, sobretudo ao mercado imobiliário...
As crianças ficaram sem lar, e sem solução, e foram para o centro
velho de São Paulo, os trombadinhas ficaram sem o “ventinho do metrô Sé”, e sem solução, e
foram para a Cracolândia, os viciados em crack, por sua vez, estão prestes a perder a
Cracolândia, parece que serão deslocados para instituições de saúde, e, ao que
tudo indica, sem previsão de soluções, apenas mais uma remoção... Minha
preocupação é com o Nietzsche, se ele resolver agir novamente...
"matar a cobra no ninho" ou será que o Estado prefere alimentar para que se tranforme em um "dragão" com asas e fogo nas ventas....
ResponderExcluirProponho um outro significado para "matar no ninho": buscar condições para que "no ninho" não ocorra a produção/nascimento de "cobras".
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