A notícia dá conta de que só em Caraguatatuba/SP serão
construídas 500 habitações. Segundo o IBGE o tamanho da família brasileira é de
3,4 membros, acredito que as famílias “populares” sejam mais numerosas...
Multiplicando 500 por 3,4 temos como resultado 1.700, ou seja, em pouco tempo
haverá uma gleba de terra com aproximadamente 1.700 pessoas morando, vivendo,
trabalhando, sobretudo convivendo.
A habitação é o estopim de uma série de outras consequências,
tais como, urbanização, saneamento básico, educação formal, trabalho, creches,
comércio, transporte, etc. Todos estes ingredientes, sobretudo a co-presença, constituem
um contexto e este contexto, por sua vez, comunicará percepção de (in)segurança
pública aos ocupantes (moradores ou não) destes novos espaços públicos... Alguém pensou
nisso? Se ninguém pensou nisso até agora é importante lembrar que haverá mais logradouros, com as tais 500
habitações, para os patrulheiros exercerem sua profissão (preventivamente
ou no atendimento).
500 famílias, muito próximas fisicamente, produzem uma
gama de possibilidades a traficantes e outros tipos de delinquentes, situação
que não deve passar despercebida por quem planeja a instalação das novas casas
(sugiro observar conjuntos de moradias populares já existentes, por exemplo o Projeto Cingapura na cidade de São Paulo).
Espero que alguém, que lide com questões relativas ao controle da violência e
criminalidade, tenha sido consultado sobre o impacto que um assentamento humano
desta magnitude pode causar na tranquilidade e ordem pública, em outras
palavras, não adianta prover habitações populares ao custo da qualidade de vida
dos novos e antigos moradores do bairro.
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