A intensificação da cooperação internacional contra o tráfico de drogas
chocou-se por muito tempo com a diversidade das políticas seguidas,
internamente, pelos países europeus. Um abismo, com efeito, separou por muito
tempo os Estados que, na esteira dos Estados Unidos, tinham uma política muito
repressiva e os que, ao contrário, procuravam limitar a extensão do flagelo por
políticas permissivas.
A Holanda, em especial, por muito tempo teve a imagem de
paraíso dos consumidores de drogas leves. Essa política liberal engendrou
múltiplos problemas sanitários e sociais, o que provocou, pouco a pouco, uma
reviravolta na opinião pública holandesa, que as autoridades tiveram que levar
em conta.
Na Espanha, a liberalização brutal dos costumes que acompanhou o fim
do franquismo levou as autoridades governamentais a adotar uma política muito
permissiva em matéria de drogas. Mas também nesse caso, uma reviravolta se
manifesta há alguns anos.
Certamente, em termos de princípios, todo mundo
concorda em pensar que apenas uma política de educação e reabilitação dos
drogados dará resultados a longo prazo. Mas, a curto prazo, os danos são
demasiado importantes para não exigirem medidas imediatas. Isso leva os
políticos europeus a se alinharem pouco a pouco com a posição americana (MONET, 2006, página 206).
REFERÊNCIA: MONET, Jean-Claude. Polícias e Sociedades na
Europa. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. – 2. ed. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2006. – (Série Polícia e Sociedade; n.3).
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