segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Política européia anti-drogas em processo de endurecimento.

Durante algum tempo ouço, por via de leitura e mesmo em bate-papo, que a Europa tem uma política mais liberal em relação às drogas, mas MONET (pesquisador francês) não concorda com isso:

A intensificação da cooperação internacional contra o tráfico de drogas chocou-se por muito tempo com a diversidade das políticas seguidas, internamente, pelos países europeus. Um abismo, com efeito, separou por muito tempo os Estados que, na esteira dos Estados Unidos, tinham uma política muito repressiva e os que, ao contrário, procuravam limitar a extensão do flagelo por políticas permissivas.

A Holanda, em especial, por muito tempo teve a imagem de paraíso dos consumidores de drogas leves. Essa política liberal engendrou múltiplos problemas sanitários e sociais, o que provocou, pouco a pouco, uma reviravolta na opinião pública holandesa, que as autoridades tiveram que levar em conta.

Na Espanha, a liberalização brutal dos costumes que acompanhou o fim do franquismo levou as autoridades governamentais a adotar uma política muito permissiva em matéria de drogas. Mas também nesse caso, uma reviravolta se manifesta há alguns anos.

Certamente, em termos de princípios, todo mundo concorda em pensar que apenas uma política de educação e reabilitação dos drogados dará resultados a longo prazo. Mas, a curto prazo, os danos são demasiado importantes para não exigirem medidas imediatas. Isso leva os políticos europeus a se alinharem pouco a pouco com a posição americana (MONET, 2006, página 206).

REFERÊNCIA: MONET, Jean-Claude. Polícias e Sociedades na Europa. Tradução de Mary Amazonas Leite de Barros. – 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006. – (Série Polícia e Sociedade; n.3).

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