sexta-feira, 14 de setembro de 2012

País tem 4,9 seguranças privados para cada policial

País tem 4,9 seguranças privados para cada policial


Temos aí, nesta notícia, mais um dado a confirmar a ideia de que segurança pública é um tema de suma importância e, apesar disso, está relegada, pelo Estado e Sociedade, a um plano inferior. A estratégia estatal para garantir tranquilidade ao cidadão parece estar muito aquém do necessário, caso contrário não haveria o crescimento, no oferecimento de segurança privada, que a matéria registra. Por sua vez a estratégia da sociedade é, em manifestada desconfiança com o aparato estatal, contratar empresas de segurança.

Talvez a realidade seja mais alarmante que os números da OEA, visto que há um contingente informal de prestadores de segurança privada, inclusive muitas micro empresas de um único indivíduo, normalmente um policial. Também é preocupante considerar que o peso da balança pode estar pendendo com maior intensidade para a segurança privada que o apontado, pois não estão contabilizadas as empresas de vídeo-monitorização e alarme.

Destaca-se da notícia duas questões perturbadoras, o fracasso do Estado em reproduzir, em termos de sensação de segurança, o crescimento econômico brasileiro (afinal houve grande alarde por conta de que o Brasil é a 6ª economia do mundo), isto é, parece que o Brasil cresce sim, mas apenas para uma determinada parcela da população e não para todos os brasileiros.

O outro aspecto pernicioso à maioria dos brasileiros é a elitização da sensação de segurança, visto que o contingente de “seguranças”, praticamente cinco vezes maior que o de policiais, conduz à inferência de que os serviços de segurança pública estão mais privados que públicos, ou seja, tem vantagem quem pode pagar por tal “conforto”, e, no caso da segurança pública, tal vantagem pode ser um caso de vida ou morte.

Nenhum comentário:

Postar um comentário