quarta-feira, 30 de maio de 2012

Países da ONU recomendam fim da Policia Militar no Brasil

O texto é realmente um "primor", para quem gosta de DESINFORMAÇÃO é claro.

O título é um capítulo à parte, não sei quem enviou esta matéria à agência EFE, mas o fato é que teceu um artigo com várias maldades e equívocos, a primeira é o título (Países da ONU recomendam fim da Polícia Militar no Brasil), ocorre que durante a leitura deste pequeno texto percebe-se que o assunto é relativo ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, ou seja, não há nenhum país recomendando nada e sim delegados, indicados por países, para o tal conselho. Mas não para aí não, caro leitor, nenhum delegado pediu o fim da Polícia Militar, pelo menos no texto que tive acesso, o que ocorre é que o representante da Dinamarca pensa que o sistema brasileiro (consoante artigo 144 da Constituição Federal) está equivocado ao dividir os trabalhos policiais entre duas instituições (Polícia Civil e Polícia Militar), ou será que na Dinamarca não há quem faça o policiamento ostensivo preventivo ? É claro que a pergunta é retórica. Mas a cereja do bolo é que no documento original (http://daccess-dds-ny.un.org/doc/UNDOC/GEN/G12/116/18/PDF/G1211618.pdf?OpenElement) o comentário sobre crimes cometidos por policiais militares é do representante do Reino Unido (pode ser que United Kingdom tenha sido traduzido como Dinamarca, possivelmente por que a Dinamarca também é uma monarquia...).

O texto prossegue com destaque às recomendações dos integrantes do Conselho de Direitos Humanos/ONU, e alguns trechos mostram bem claramente o que se pretende com a notícia, por exemplo:
“...que se combata a impunidade dos crimes cometidos contra juízes e ativistas de direitos humanos."  ou ainda que os trabalhos da Comissão da Verdade não sejam interrompidos. Outra questão muito interessante é o destaque às recomendações do Paraguai (aliás no texto original o representante é do Uruguay, mas pode ser que o representante uruguaio tenha conversado com o paraguaio antes de fazer a recomendação...) e da Argentina (que é a tradução da palavra inglesa Peru para o português).

Enfim, das 399 palavras do texto menos de 10% referem-se ao título, 34 para ser mais exato. Penso que estamos diante de um autor, ou autores, com fortes inclinações (para não dizer rancor) contra a Polícia Militar e que quer plantar alguma ideia de que os países da ONU estão recomendando o fim da PM, repito: no texto disponível na internet não há nada neste sentido. E na leitura que fiz do original também não percebi nada no sentido que a matéria tenta indicar.

Há campo para falar muito mais, mas prefiro parar por aqui.

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