sábado, 24 de março de 2012

Pluralidade

Há uma situação paradoxal em relação aos negócios da segurança pública, que parecem ser, ao mesmo tempo, complicadíssimos e de fácil solução. Complicadíssimo em razão de que não há uma solução visível e a sociedade sente-se cada vez mais amedrontada, mas também podem ser entendidos como fáceis por estarem sempre presentes nas discussões, em todos os ambientes e classes, com soluções definitivas, mesmo que algumas soem extremamente anti-democráticas ou "mágicas" (quem nunca ouviu que a resposta ao crime é encher um navio com os bandidos e jogá-los em mar aberto?).

A seriedade que o tema requer se perde no campo das paixões, isto é, antes de qualquer argumentação se estabelecem as “equipes que se enfrentarão”. Se o posicionamento é contrário ao governo, ou mesmo à Polícia, então todas as ações (presentes, futuras e passadas) estão maculadas com a intolerância, o preconceito, a falta de entendimento, a truculência e a dissociação com os interesses democráticos e legítimos da sociedade. Por outro lado, se o entendimento tiver por origem alguém filiado à situação, todas as atividades estão corretíssimas e quem estiver contra está errado.

Um assunto tão sério, como é o caso da Segurança Pública, não pode ser negligenciado por nenhum setor da sociedade. E a mesa de discussões deve conter lugar para todos.

Valter Padulla

Nenhum comentário:

Postar um comentário