Há uma situação paradoxal em relação aos negócios da
segurança pública, que parecem ser, ao mesmo tempo, complicadíssimos e de fácil solução. Complicadíssimo em razão de que não há uma solução visível e a sociedade sente-se cada vez mais amedrontada, mas também podem ser entendidos como fáceis por estarem sempre presentes nas discussões, em todos os ambientes e classes, com soluções definitivas, mesmo que algumas soem extremamente anti-democráticas ou "mágicas" (quem nunca ouviu que a resposta ao crime é encher um navio com os bandidos e jogá-los em mar aberto?).
A seriedade que o tema requer se perde no campo das paixões, isto é,
antes de qualquer argumentação se estabelecem as “equipes que se enfrentarão”. Se
o posicionamento é contrário ao governo, ou mesmo à Polícia, então todas as
ações (presentes, futuras e passadas) estão maculadas com a intolerância, o
preconceito, a falta de entendimento, a truculência e a dissociação com os
interesses democráticos e legítimos da sociedade. Por outro lado, se o
entendimento tiver por origem alguém filiado à situação, todas as atividades
estão corretíssimas e quem estiver contra está errado.
Um
assunto tão sério, como é o caso da Segurança Pública, não pode ser
negligenciado por nenhum setor da sociedade. E a mesa de discussões deve conter
lugar para todos.
Valter Padulla
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