quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Cavando a própria cova

Em tempos de intervenção federal na Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, vale lembrar que a atual situação (apontada como caótica) não surgiu como obra do acaso, foi construída gradualmente, passo-a-passo, seja por ações equivocadas do Estado, pela omissão e, também, pelo apoio da população.
 
Fonte: internet
 
Na década de 1990, na mesma cidade do Rio de Janeiro/RJ, um grupo de pessoas decidiu que a Praia de Ipanema era "território livre" para quem quisesse fumar maconha, quando o Estado iniciou ações mais pontuais e incisivas para colocar "ordem na casa", a "turma" adotou a estratégia de munir-se de apitos para avisar os usuários da aproximação de policiais (leia a matéria aqui).
 
Sem atentar às possíveis consequências deste acolhimento às práticas ilegais (não entro no mérito da questão, apenas constato que é ilegal fumar maconha no Brasil) e num franco desafio aos policiais (representantes do Estado), os banhistas de Ipanema abriram espaço para outras situações perniciosas, como disse, sem perceber que estavam cavando a própria cova.
 
Hoje (pouco mais de 20 anos após) as notícias não dão conta de grupos organizados com apitos, os traficantes, que abasteciam a moçada da praia, se tornaram empresários do crime e estabeleceram, à base da força, muitos outros "territórios livres" no Rio de Janeiro, nas praias a maconha foi substituída por arrastões.
 
Fiquemos atentos aos apitos que abrem as portas para o crime e a desordem.

2 comentários:

  1. Aqui vale o velho ditado: quem planta chuvas, colhe tempestades. Ou, parafraseando o imperador romano Marco Aurelio: não se pode esperar nada de bom de Homens maus.

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    1. Obrigado pela leitura e comentário, me parece o curso natural causa-efeito, alguns pagaram para ver e, agora, todos estão vendo

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