domingo, 31 de agosto de 2014

Um por todos e...

A matéria de hoje para leitura e reflexão relata a dificuldade dos moradores do Rio de Janeiro em receber suas compras em casa, em razão de que varejistas recusam-se a entregar mercadoriasem meio a tiroteios.

Me parece muito lógica e compreensível a atitude das lojas, mas para alguém que mora "morro acima" há mais um custo no produto que acabou de comprar, encontrar alguém que faça o “carreto” e busque seus bens no depósito da loja... Eventualmente a própria organização criminosa – que governa o morro – oferece este tipo de “auxílio” para a comunidade...

O tema “impacto do crime e violência no cotidiano” retorna ao blog. O assunto não está resolvido, ao contrário, parece longe de algum tipo de solução – [...] 2,5 tiroteios por semana [...].

Expor midiaticamente que as “antigas” zonas de conflito urbano - em territórios dominados por organizações criminosas e fechados ao Estado – estão pacificadas e, ao mesmo, tempo ler notícias como esta nos mesmos meios de comunicação, indica, até o momento, que não foi possível debelar o crime e controlar a violência por decreto...

Em outras palavras “debelar o crime e controlar a violência por decreto” significa alocar recursos humanos para áreas perigosas/violentas – criando e povoando as UPP com policiais militares – a propor o entendimento, equivocado, de que crime e violência são resolvidos unicamente com ação policial, destaque para a fala de uma moradora:

“Eu não consigo entender essa pacificação. Ela veio com a promessa de trazer paz, cidadania, desenvolvimento social, mas só veio polícia. Para mim nada mudou, continua a mesma coisa”.


As UPP não resolveram os antigos problemas ligados ao crime e à violência, entretanto há mais um aspecto perturbador nesta questão: “De onde saíram os policiais militares que foram movimentados para as UPP?”, e a pergunta naturalmente se atrela a outra: “Como estão os bairros, de onde saíram os policiais militares das UPP?”.


2 comentários:

  1. Prezado amigo, como disse um certo cmt ger, não há um armário para eu abrir e sacar PMs para trabalhar. O negócio da segurança é endêmico. Só vai resolve mesmo quando tiver presídio suficiente para todos, longas penas verdadeiramente cumpridas, sem mordomias e a presença do Estado nas áreas da saúde e educação. Veja que educação não é só pagar mais para o professor, nem tampouco mudar o nome de FAVELA para COMUNIDADE, acreditando que mudando o nome a substância mude sua essência de per si. É, fundamentalmente, amar o próximo como a si mesmo, deixar de lado materialidades e ensinar que a vida não é um tênis melhor, nem mais sexo, ou mais cerveja, e sim a compreensão de sua existência sob a permissão divina, seja lá o nome que você queira dar: Deus, Allah, Jeovah, etc. Abraço, Valtinho!!!

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    1. A insegurança pública tornou-se endêmica, de fato e a "olhos vistos", em razão de que os controles sociais informais foram decaindo de importância e cedendo lugar ao "vale tudo" amplo, geral e irrestrito.
      Houve tempos em que se falou em PACTO NACIONAL pela governabilidade, está na hora, na verdade já passou da hora, da Sociedade se mobilizar em torno de algum tipo de PACTO PELA SEGURANÇA PÚBLICA.

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